
SINOPSE
Os serviços municipais de água e eletricidade da Câmara Municipal de Abrantes nascem em 1891 para gerir a central de produção de eletricidade em Vale de Rãs e a elevatória de água para a vila de Abrantes.
Em 1926, transformam-se na Repartição dos Serviços Municipalizados e Autónomos da Câmara Municipal de Abrantes e em 4 de janeiro de 1928 nos Serviços Municipalizados e Autónomos da Câmara Municipal de Abrantes.
Gerem as redes elétricas de Abrantes, Rossio ao Sul do Tejo e Alferrarede até 1950.
O abastecimento público de água inicia-se com Abrantes em 1891, seguindo-se Rossio (1932), Pego (1945), Tramagal (1950), …, cobrindo atualmente perto de 100% do concelho.
Características: 290 páginas. 81 050 palavras. Ilustrado e a cores
Introdução
Oitenta e cinco anos de Serviços Municipalizados da Câmara Municipal de Abrantes (SMA). Oitenta e cinco anos contabilizados em quatro de janeiro de 2013. Embora sendo um serviço municipal, têm o seu próprio espírito de corpo, moldado por uma longa história de equilíbrios, sempre difíceis, entre as necessidades e reivindicações das populações, por um lado e, por outro, a escassez de meios e de capacidade de resposta a essas justas aspirações.
Sobretudo antes do 25 de abril, a água de abastecimento público não era assumida como um bem essencial pelos governantes. Vemos os SMA a mendigar apoios e financiamentos à Câmara Municipal de Abrantes (CMA) e a Câmara a mendigá-los ao poder central. Tão pouco havia a autonomia do poder local que permitisse à Autarquia dar sustentabilidade a estas utilidades (água, saneamento e eletricidade). Mas nem por isso deixava de ser desesperadamente reclamada pelas pessoas, primeiro simples fontanários, depois o abastecimento domiciliário.
O primeiro impulso para compilar alguns dados da história dos SMA resultou da justeza em prestar uma homenagem aos colaboradores destes serviços, do presente e do passado, pela forma como assumem (ou assumiram) esta responsabilidade de gerir bens essenciais ao bem-estar e saúde dos munícipes do concelho de Abrantes.
Seria razão suficiente. Mas, ao iniciar o trabalho, encontrei muita informação que ajuda a compreender a história não só dos SMA mas também de Abrantes. As parcas incursões que fiz na história da água do século XX, mostraram, inclusive, que o percurso de Abrantes, neste aspeto, não difere muito do que se passou um pouco por todo o país. No entanto, a informação encontrava-se dispersa, havia lapsos que, apesar dos esforços e sempre pronta colaboração do pessoal dos SMA e do Arquivo Municipal Eduardo Campos, não era fácil de ultrapassar e o calendário que havíamos definido era extremamente curto para um trabalho que exigia uma minuciosa pesquisa numa grande quantidade de documentos.
Também havia memórias vivas, algumas com mais de 40 anos de vida partilhada com os SMA, que urgia salvaguardar.
O que resultou ultrapassa o propósito minimalista inicial, mas também não pretende ser um livro de História, tarefa que deixo, como desafio, aos distintos historiadores que, felizmente, esta terra possui.
A matriz de enquadramento destes escritos será sempre a atividade dos SMA. Daí que, embora o tema seja a água, não abordaremos todo o ciclo urbano da água (abastecimento e saneamento), visto o saneamento nunca ter sido responsabilidade dos SMA, tendo atualmente e desde 2008 apenas a responsabilidade de execução dos ramais de saneamento e o acompanhamento e fiscalização da concessão de águas residuais urbanas. Por essa mesma razão, vamos encontrar muitos registos relativos ao fornecimento de energia elétrica já que os SMA estiveram mandatados pelos Órgãos do Município para a gestão da energia elétrica em Abrantes, Rossio e Alferrarede até 1950. Também haverá a referência aos resíduos sólidos urbanos municipalizados a partir de 1 de janeiro de 2007, bem como outros serviços cuja gestão foi temporariamente entregue aos SMA, embora sem chegarem a ser municipalizados.
1ª edição (2012) – esgotada
Ficheiro PDF (gratuito)
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